«A comparticipação financeira da sedação nos hospitais para a realização das
colonoscopias sem incómodo físico poderia aumentar este exame, o ideal no
rastreio do cancro do intestino, que mata 11 portugueses por dia.
O cancro dos intestinos tem vindo a evoluir negativamente, já que todos os
anos surgem sete mil novos casos.
Vítor Neves, presidente da Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino (Europacolon), defende a comparticipação financeira da sedação das colonoscopias nos hospitais públicos pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e também nos privados através das seguradoras.
O especialista adiantou à agência Lusa que "é fundamental" a realização de um rastreio nacional a esta doença e que todas as pessoas após os 50 anos deveriam ser chamadas a realizar exame através dos centros de saúde.
Vítor Neves compreende os constrangimentos económicos para a realização do exame ideal - a colonoscopia -, mas defende, em sua alternativa, o exame à presença de sangue oculto nas fezes que é um sinal de problemas.
Este responsável reconhece que, em virtude da falta de sensibilização e esclarecimento, a população receia a colonoscopia, que consiste na introdução de um tubo maleável através do intestino, através do qual o mesmo é observado em tempo real. O incómodo do exame é a principal justificação para as pessoas não o realizarem mais vezes.
A realização do rastreio permitia a identificação atempada deste cancro que todos os dias faz 11 mortos em Portugal.
No âmbito do Mês Europeu do Cancro Colo-Rectal, que se celebra em março, o presidente do Europacolon alerta: "Ao falhar no rastreio nacional, estamos a falhar na prevenção da doença. É obrigatória a sua implementação imediata e o rastreio a toda a população de risco, entre os 50 e 75 anos".»
in JN online, 29-02-2012